O Cristão pode querer ser rico?


Essa pergunta incomoda muita gente, mas precisa ser feita com sinceridade. Afinal, será que desejar prosperar financeiramente é pecado?

Por um lado, muitos cristãos associam riqueza a ganância, luxo desenfreado e ostentação. Por outro, cresce a influência da chamada “teologia da prosperidade”, que transforma Deus em um meio para se alcançar bens materiais. Entre esses extremos, fica o cristão comum que trabalha, paga contas, pensa no futuro e se pergunta: “Posso, diante de Deus, querer ser rico?”

A resposta é clara: sim, o cristão pode querer ser rico — e isso pode ser profundamente bíblico.


1. Riqueza não é pecado, mas mordomia

A Bíblia nunca condenou o dinheiro em si, mas o amor ao dinheiro (1Tm 6:10). O problema não está em possuir bens, mas em ser possuído por eles.

Cristãos do passado tiveram riquezas e foram usados por Deus: Abraão, Jó, Davi, Salomão e Lídia são alguns exemplos. A questão é: o que fazemos com os recursos que Deus coloca em nossas mãos?

Ter riqueza é uma questão de mordomia. Se administrada com fidelidade, pode se tornar um instrumento poderoso para o Reino.


2. O rico pode abençoar mais

É verdade que qualquer cristão, com pouco ou muito, pode ser generoso. Mas é igualmente verdade que quem tem mais pode abençoar em maior escala.

  • Com mais recursos, é possível sustentar missionários, financiar projetos de impacto social e plantar igrejas.
  • É possível dizimar e ofertar mais, fortalecendo a obra local e global.
  • É possível ser uma resposta prática às necessidades de irmãos que sofrem, como recomenda Gálatas 6:10: “Façamos o bem a todos, principalmente aos da família da fé.”

Em outras palavras, prosperar amplia o alcance da generosidade cristã.


3. Riqueza como proteção e responsabilidade

A Bíblia ensina que negligenciar a própria família é pior do que ser incrédulo (1Tm 5:8). Isso inclui prover com dignidade, planejar o futuro e evitar que os nossos dependam da caridade pública.

  • Ter reservas financeiras permite proteger a família em tempos de crise.
  • Investir com sabedoria garante uma aposentadoria digna e reduz o peso sobre as próximas gerações.
  • Riqueza bem administrada cria legado para filhos e netos (Pv 13:22: “O homem bom deixa herança para os filhos de seus filhos.”).

Nesse sentido, querer prosperar não é apenas legítimo — é um ato de amor e responsabilidade cristã.


4. Trabalhar e prosperar é mandamento

A Bíblia valoriza o esforço diligente:

  • “Os planos bem elaborados levam à fartura; mas o apressado sempre acaba na miséria” (Pv 21:5).
  • “Quem não quiser trabalhar, também não coma” (2Ts 3:10).

Riqueza geralmente não vem por acaso. Ela é fruto de visão, trabalho, disciplina e sabedoria. Querer prosperar é desejar colher os frutos de uma vida planejada e diligente.


5. Mais riqueza, mais propósito

O cristão não deve buscar dinheiro por vaidade ou ostentação, mas sim para cumprir um propósito maior. Ter mais recursos significa:

  • Financiar causas justas.
  • Gerar empregos e dignidade.
  • Transformar comunidades.
  • Tornar-se referência de integridade em meio a um sistema corrupto.

Assim, riqueza não é um fim em si mesma, mas um meio de glorificar a Deus através da administração fiel dos recursos.


Conclusão

Desejar ser rico não é pecado. Pecado é idolatrar a riqueza, viver para ela ou usá-la de forma egoísta.

O cristão pode, sim, querer prosperar — desde que seus objetivos sejam alinhados ao Reino de Deus. Ser rico significa ter mais condições de ofertar, proteger, servir, legar e impactar.

A verdadeira questão não é “se você pode querer ser rico”, mas “se você está disposto a usar essa riqueza para honrar a Deus e servir ao próximo”.


👉 Este artigo é apenas uma introdução ao tema. No meu livro O Cristão Pode Querer Ser Rico?, desenvolvo em profundidade cada um desses argumentos, mostrando que prosperidade e fé podem caminhar juntas de forma saudável e bíblica.

4 comentários em “O Cristão pode querer ser rico?”

    1. Excelente texto, meu irmão.
      Tu conhece a obra A Pobreza das Nações?
      Um livro com uma excelente narrativa, escrita em colaboração entre um Economista Clássico e um Pastor Reformado reforçando a ideia que Livre mercado, riquezas e prosperidades, quando bem usadas, reforçam e colaboram para obra de Deus.

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