
O uso do cartão de crédito para compras básicas, como alimentos e despesas diárias, está levando milhares de brasileiros ao endividamento. Saiba o que fazer para se proteger.
O perigo escondido no uso do cartão de crédito
Nos últimos meses, especialistas em finanças pessoais têm feito um alerta importante: usar o cartão de crédito para pagar compras do dia a dia pode ser uma armadilha financeira.
De acordo com dados recentes do Banco Central e da Serasa, cerca de 30% dos consumidores endividados utilizam o cartão para comprar alimentos — um dos sinais mais claros de descontrole orçamentário.
À primeira vista, o cartão parece uma ferramenta prática e segura. Porém, ao adiar o pagamento para o próximo mês, o consumidor cria uma ilusão de fôlego financeiro, quando, na verdade, está apenas empurrando as despesas para frente.
Muitos brasileiros ainda acham que limite no cartão é a mesma coisa que dinheiro na conta. O uso do cartão de crédito gera um efeito psicológico que faz gastar mais.
O problema: o juro mais alto do mercado
O cartão de crédito é o instrumento de crédito mais caro do país.
Os juros do rotativo ultrapassam 450% ao ano, segundo dados do Banco Central.
Isso significa que uma dívida de R$ 1.000 pode se transformar em mais de R$ 5.000 em apenas 12 meses.
E o risco é ainda maior quando o consumidor parcela a fatura mínima, acreditando estar “resolvendo” o problema.
“O cartão de crédito é um ótimo aliado quando usado com consciência. Mas quando se torna o principal meio de pagamento, ele vira uma bomba-relógio para o orçamento familiar.”
— comenta o educador financeiro Rafael Costa.
O cartão de crédito e as compras do supermercado
Um dos maiores erros financeiros é usar o cartão de crédito para despesas básicas e recorrentes, como supermercado, padaria ou farmácia.
Esses gastos se repetem todos os meses — mas, ao serem colocados no crédito, deixam de ser visíveis no orçamento real, já que só aparecem na fatura seguinte.
Com isso, o consumidor perde a noção de quanto realmente gasta por mês, e quando percebe, já está acumulando dívidas sobre despesas essenciais.
Alternativas mais seguras: Pix, débito e dinheiro físico
Para quem busca retomar o controle das finanças, os especialistas recomendam voltar às formas de pagamento que oferecem mais transparência e controle, como o Pix, o débito ou até o dinheiro em espécie.
Essas opções permitem sentir o impacto real de cada gasto, evitando compras por impulso.
Além disso, facilitam o registro e o acompanhamento das despesas em planilhas de controle financeiro, que ajudam a visualizar onde o dinheiro está sendo gasto.
Dica prática: use uma planilha gratuita de controle financeiro — anote todas as saídas diárias e categorize seus gastos (alimentação, transporte, lazer etc.).
Assim, fica mais fácil enxergar onde cortar excessos.
Estratégias para evitar o descontrole financeiro
Organizar as finanças familiares exige disciplina e método.
Veja as principais recomendações dos educadores financeiros:
- Monte uma reserva de emergência — tenha pelo menos 3 a 6 meses do seu custo de vida guardados em uma aplicação segura, como CDB ou Tesouro Selic.
- Use o 13º salário com inteligência — se tiver dívidas, priorize quitá-las. Caso contrário, invista parte do valor em renda fixa.
- Elabore uma planilha mensal de gastos — isso permite visualizar para onde o dinheiro está indo e tomar decisões conscientes.
- Evite parcelamentos desnecessários — compre à vista sempre que possível. O parcelamento dá a falsa impressão de que se pode comprar mais do que se ganha.
- Defina um teto de gastos para o cartão — se precisar usar o crédito, estabeleça um limite fixo e evite ultrapassá-lo.
Quando usar o cartão de crédito pode valer a pena
Apesar dos riscos, o cartão não é um vilão absoluto.
Ele pode ser uma boa ferramenta para compras planejadas, desde que:
- o valor total esteja dentro do orçamento mensal;
- o pagamento seja feito integralmente na fatura (sem juros);
- e o uso esteja vinculado a benefícios reais, como cashback ou milhas, e não a compras por impulso.
- você tenha controle emocional e isso não afete seu comportamento enquanto consumidor. Caso contrário, corte o mal pela raiz.
Conclusão: controle é liberdade financeira
Usar o cartão de crédito para tudo não é sinônimo de praticidade, mas sim um caminho perigoso para o endividamento.
A verdadeira liberdade financeira vem de saber exatamente para onde seu dinheiro está indo — e isso só é possível com planejamento e consciência nos gastos.
Lição do dia: o cartão de crédito deve ser o seu servo, não o seu senhor. Se ele te prejudica, corte-o fora.


Problema mesmo quando vc vai à padaria todos os dias e vai lá comprar 4/5 pãezinhos, seja no café da manhã ou da tarde (até mesmo os dois) no crédito.
Pasme! Cartão deixa vc desinibido para os gastos. Por conta disso, você nunca sai com o pão apenas, mas com um docinho aqui e outra coisa acolá. Complicado mesmo, preciso fazer esse [re]ajuste.
Exato! 😅 O cartão de crédito é um mestre em disfarçar pequenos gastos — e a padaria é o lugar perfeito pra isso.
“Um pãozinho” vira “pão, sonho, bolo e mais um café”.
O segredo é justamente o que você falou: ajustar. Voltar pro débito ou pro dinheiro vivo nesses gastos do dia a dia ajuda muito a enxergar o quanto realmente sai da conta.