
No Brasil, existe uma narrativa profundamente enraizada na cultura: a de que os ricos estão contra os pobres e os pobres contra os ricos. Essa divisão não é nova, mas ganhou força com décadas de discursos políticos, novelas, jornais e até no ensino. O resultado é um conflito artificial que mantém o brasileiro preso a uma mentalidade de escassez.
Enquanto muitos acreditam que o capitalista é mau, explorador e opressor, e que o pobre é sempre a vítima indefesa, esquecem-se de olhar para o verdadeiro agente que pesa sobre ambos: o Estado, que suga riqueza com impostos altos, burocracia e má gestão, prejudicando quem empreende e quem trabalha.
A cultura do “rico vilão” no Brasil
Desde cedo, somos ensinados a associar o rico ao mal:
- Nas novelas, o empresário é quase sempre o antagonista.
- Na política, discursos inflamados colocam o “trabalhador” contra o “empresário”.
- Na mídia, “lucro” é tratado como um pecado, e não como fruto do trabalho, risco e inteligência financeira.
Essa visão simplista cria ressentimento social, onde ao invés de buscar prosperidade, muitos passam a acreditar que enriquecer é errado.
O pobre como vítima eterna
Por outro lado, o pobre é retratado como vítima constante, sem agência sobre sua vida, sempre explorado por terceiros.
Esse retrato ignora:
- O esforço de milhões que saem da pobreza por meio de estudo, trabalho e empreendedorismo.
- O poder da educação financeira em transformar realidades.
- O fato de que a pobreza, em grande parte, é sustentada por um sistema que não estimula independência, mas dependência do Estado.
O papel do Estado nessa divisão
Aqui está o ponto crucial: enquanto ricos e pobres brigam entre si, o Estado brasileiro continua sendo o verdadeiro “grande vilão”.
Alguns exemplos claros:
- Impostos altíssimos sobre consumo que afetam principalmente os mais pobres.
- Custo Brasil, que dificulta abrir e manter empresas, travando o crescimento econômico.
- Inflação e má gestão da moeda, que corroem o poder de compra dos pobres e desvalorizam investimentos dos ricos.
- Má distribuição dos recursos públicos, que favorece privilégios de poucos em detrimento da maioria.
Em resumo: o sistema político e burocrático não favorece nem ricos, nem pobres. Ele age contra ambos.
Caminho para romper essa mentalidade
Enquanto continuarmos a ver o outro como inimigo – o pobre culpando o rico, e o rico desprezando o pobre – continuaremos divididos e fracos.
O caminho para a prosperidade do país exige:
- Mudar a mentalidade: lucro não é pecado, é fruto.
- Educação financeira para todos, ensinando poupança, investimento e empreendedorismo.
- Unidade social: entender que tanto ricos quanto pobres perdem sob um Estado que consome mais do que devolve.
Conclusão
O brasileiro precisa acordar para a realidade: ricos e pobres não são inimigos. Ambos sofrem sob um sistema que trava o crescimento, esgota recursos e desestimula quem quer prosperar.
O verdadeiro confronto não é ricos x pobres, mas sim sociedade produtiva x Estado ineficiente.
Enquanto essa mentalidade de divisão persistir, o Brasil continuará a repetir o mesmo ciclo de pobreza, ressentimento e estagnação.


No final das contas, um dependendo do outro (de forma salutar). Quem empreende depende do empregado, e o empregado depende do empregador.
Perfeito. E nessa troca ambos saem satisfeitos, caso contrário não a fariam.
A midia e o governo tem um discurso tao feroz contra o lucro e os ricos que nos tornamos um pais ate invejoso. Onde e errado prosperar. Otimo texto.